Estrada Real

Os encantos e história da Estrada Real

25/01/2016
De Norte a Sul

Cercados por montanhas e cultura, os caminhos da Estrada Real proporcionam ao viajante a possibilidade de reviver a história do período colonial, visitando lugares incríveis como igrejas, reservas ecológicas e museus, em conjunto com a prática de esportes radicais e ecoturismo. Saiba por quê você deve conhecer essa famosa rota.

Considerada a maior rota turística do país, a Estrada Real possui mais de 1.630 km de extensão e passa pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A história do percurso teve início no século 17, com o objetivo de transportar ouro e diamantes de Minas Gerais até os portos do Rio de Janeiro. As trilhas, delegadas pela realeza, receberam o nome de Estrada Real. Em 1999, foi criado o Instituto Estrada Real, que é responsável por organizar, fomentar e gerenciar o turismo na região, tornando-o reconhecido como destino turístico no Brasil e no mundo.

Rotas estrada real                              No mapa, os quatro caminhos da Estrada Real

Caminhos da Estrada Real

São quatro os caminhos que formam a rota da Estrada Real:

Caminho Velho, conhecido também como Caminho do Ouro, foi o primeiro trajeto utilizado para o transporte de riquezas, e liga a cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, a Paraty, no estado do Rio de Janeiro. Na época da colônia, os tropeiros levavam até 60 dias para percorrer o caminho a cavalo. Atualmente, de carro, o viajante faz o percurso de 710 km em 8 dias. A estimativa para quem quer ir pedalando é de 15 dias de viagem. São mais de 320 km de subidas e descidas pelo caminho, que é quase todo de estrada de terra. A rota passa pelas cidades mineiras de Tiradentes, São João Del Rei e Caxambu, até chegar em Paraty.

Principais atrativos do Caminho Velho:

  • Passeio de Maria Fumaça: inaugurado em 1881, o trem liga as cidades de Tiradentes e São João Del Rei. São 12 km percorridos em 35 minutos de belas paisagens pela região.
  • Obras de Aleijadinho: considerada Patrimônio Cultural da Humanidade, a cidade de Congonhas abriga o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, que guarda um dos maiores acervos artísticos do Brasil, as obras executadas pelo mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. São 78 esculturas em tamanho natural, com destaque para os 12 profetas produzidos em pedra-sabão. Passeio imperdível para quem gosta de arte.
  • Igreja de São Francisco de Assis: referência em arquitetura colonial, em São João Del Rei está a igreja projetada por Aleijadinho, construída em 1774.
  • Parque Complexo da Zilda: possui um escorregador natural de 6 metros em suas águas, e o acesso é feito por uma trilha considerada fácil. Localiza-se em uma propriedade particular, que possui área para camping.  
  • Existem também cachoeiras pelo percurso, como a Cachoeira do Vorney e Cachoeira da Lajinha, além do Parque das Águas de Caxambu.

Caminho Novo

O Caminho Novo foi uma rota alternativa criada para servir como um caminho mais seguro até os portos do Rio de Janeiro, frente aos roubos de carga que começaram a ocorrer na região. Atualmente, são 515 km percorridos de carro em 6 dias, ou até 11 dias de bicicleta. O percurso é feito em asfalto e estrada de terra, com  várias subidas e descidas. No caminho, estão as cidades de Lavras Novas, distrito de Outro Preto; Juiz de Fora, Paraíba do Sul e Petrópolis.

Principais atrações do Caminho Novo:

  • Casa de Tiradentes: localizada em direção a Conselheiro Lafaiete, a casa é conhecida por ter servido de ponto de encontro para reuniões secretas dos inconfidentes mineiros contra o império português. Acredita-se que Tiradentes esteve hospedado diversas vezes ali, servindo como referência para o nome do local.
  • Palácio de Cristal: construído em 1884, sua estrutura pré-montada foi inspirada no Palácio de Cristal de Londres, e no Palácio de Cristal do Porto. Foi considerado Patrimônio Histórico e Artístico em 1957, e hoje serve como local para exposições e eventos.
  • Museu Casa Natal de Santos Dumont: inaugurado em 1973 na casa onde nasceu Santos Dumont, ali se encontra um acervo sobre sua vida, como fotografias, cartas, objetos pessoais e peças originais de aviões. O museu localiza-se a 16 km do centro da cidade de Santos Dumont, no Vale da Mantiqueira.
  • Museu Imperial: instalado no antigo Palácio Imperial de Petrópolis, o visitante encontra a história sobre o Império Brasileiro.
  • Áreas de preservação: Parque Estadual do Ibitipoca, com circuitos de trilha, e Parque Nacional Serra dos Órgãos, que abriga mais de 400 espécies de aves.

Caminho dos Diamantes

O Caminho dos Diamantes servia de conexão entre as cidades de Ouro Preto, sede da capitania, e Diamantina, principal local de exploração de diamantes. São 395 km que passam pelas cidades de Diamantina, Serro, Mariana e Ouro Preto, que podem ser feitos em 4 dias de carro e 8 dias de bicicleta.

Principais atrativos do Caminho dos Diamantes:

  • Mercado Velho: construído em 1835, servia como rancho de tropas. Hoje é usado como espaço cultural de eventos, com destaque para a gastronomia local.
  • Santuário do Caraça: área de 13 mil hectares de cerrado e Mata Atlântica com trilhas, cachoeiras e muita beleza natural, com fauna e flora preservadas. O lobo guará é facilmente visto na região.
  • Caminho dos Escravos: a estrada, construída por escravos, era usada para o transporte de cargas e diamantes. O caminho passa pelo Parque Estadual do Biribiri e algumas propriedades particulares.
    • Cachoeiras: a Cachoeira do Tabuleiro possui 273 m e é a terceira maior do país;  no Parque Nacional Serra do Cipó existem mais de 100 cachoeiras.
  • Sítio Arqueológico da Pedra Pintada: onde o visitante pode encontrar pinturas rupestres datadas de 6 mil anos. Toda a história do local foi estudada e documentada por Peter Lund.

Cachoeira do Tabuleiro Estrada Real                         A cachoeira do Tabuleiro é a terceira maior do país. 

Caminho do Sabarabuçu

Localizada no distrito de Ouro Preto, era uma rota alternativa até a Serra da Piedade. Os tropeiros acreditavam que ali existia ouro, mas descobriram posteriormente que havia apenas minério de ferro. A rota passa pelas cidades de Cocais, Caeté, Sabará e Glaura. São 160 km percorridos em dois dias de carro, e em 4 dias de bicicleta. Grande parte do percurso é feito em estrada de terra.

Principais atrações do Caminho do Sabarabuçu:

  • Museu do Ouro: possui acervo com móveis e peças da época da mineração. Está instalado no local onde funcionavam a Casa de Fundição e a Casa da Intendência, onde o minerador deixava o pagamento do imposto do quinto do ouro.
    • Teatro Municipal de Sabará: inaugurado em 1819, é uma das mais antigas e melhores casas de ópera em funcionamento no Brasil. A arquitetura é influenciada pelos teatros ingleses da época de Elizabeth I.
    • Serra da Piedade: é um dos picos mais elevados da cordilheira do Espinhaço, com altitude de 1.783 metros. Lá de cima o visitante tem uma das melhores vistas de Minas Gerais, e é onde está localizado o Santuário de Nossa Senhora da Piedade.
  • Turismo de Aventura em Caeté: considerada um dos principais destinos no Brasil para a prática de esportes de aventura, a cidade de Caeté proporciona ao viajantes atividades de ecoturismo, com destaque para o arvorismo. É cercada por serra e vegetação densa.

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